Estou aqui na beira
em pleno inverno
Na planície da encosta da serra
estou vendo
E lendo jornais revistas
com voz que te quero
Talvez esta beleza fria
faça-me falar da primavera
O mundo anda sozinho
porque nada escrevo
Com lembrança de menina
o cheiro verde
Anda comigo de mão dada
entre o caminho das cabras
Pasto
vejo a agua cair no chão
Talvez amanhã acorde
e já seja verão estrelado
Os velhos aqui
dizem-me que escrevo para ti
Eu apenas escrevo o que sinto
salpicando o chão com agua
Lembro-me que a minha alma é lavada
e não precisa de sabão
Ainda que
Ainda que